Palavra Comum 19.Mai 2016

- Palavra Comum: Que é para ti a literatura?

- Xosé Lois García: Não sei dizer. Talvez ficaria atrapalhado por definições incorretas pelo que ela mesmo pode significar e sugerir. Esta mesma pregunta, mas no âmbito das artes, eu lhe fiz a Isaac Díaz Pardo. Ele apontou para o desenho da minha camisa, sinalando que isso era arte em função das combinações dos traços e das cores. Isaac concluiu: “Arte é tudo, e tudo está em função das atribuições que determina o pensamento”. Aliás, literatura é tudo e ela está em quase tudo. Agora bem, o escritor tem que ter uma disponibilidade de dialogar com as coisas, ainda com os objetos mais precários, acreditando que eles são o suporte ideal para que o escritor possa configurá-los e convertê-los no sopé de uma graduada altura que deseje dar-lhe a seu particular monumento literário.

A literatura é para mim libertação, quando nos facilita olhar e discernir vários universos sensíveis que nos envolvem em diversos estádios da nossa vida. A literatura está arquitetada por palavras que dimensionam sentimentos; que esclarecem plenitudes em vários domínios existenciais e em imensos campos de realidades que conformam a memória que ninguém possa borrar. Mas a parte mais original da literatura é a comunicação, a emoção e o compromisso humanista que mesmo fomenta. O impacto literário se produz quando temos acesso a essa assembleia de relações e valores que determinam modificar as nossas vidas e, particularmente, a do escritor.

- Palavra Comum: Como entendes (e levas a cabo, no teu caso) o processo de criação literária e, em geral, a artística?

- Xosé Lois García: Em cada um dos cenários de criação literária os processos são distintos em cada autor. No meu caso devo dizer que muito antes da escolha temática da qual vou a escrever, trato de emancipar-me sobre determinado assunto capaz de converter-se em elemento literário. É preciso manter a comunhão e a reflexão com o objeto que tomará corpus literário em questão, esquadrinhá-lo, projetá-lo e fixá-lo mentalmente. Não é possível a criação literária sem esta prévia, muitas vezes longínqua e dolorosa, para concretar a sua execução formal. Quando digo reflexão, refiro-me ao silêncio intimista com o mistério das coisas das que tentamos apropriar-nos e convertê-las em uso literário. Este é o meu caso, e pode parecer que se trata de uma emergência tauista. Claro que a é em diversas particularidades, sobretudo quando se tomam decisões para estruturar o tecido de uma determinada obra literária. No Tao Te King encontramos dois versos, em que diz Lao Tse: “Quem deseje escolher algo / primeiro deve compreendê-lo”. Também: para compreender algo da escolha para escrever é preciso aplicar a encomenda de Frei Luis de León, que faz em seu poema “Vida Retirada”, “fugir do mundanal barulho” e escolher a escondida senda da sabedoria. Mas em tudo isto não há uma regra preestabelecida, felizmente, dado que cada autor toma a sua liberdade em personalizar o seu próprio processo criativo, e faz muito bem, em determinar a sua liberdade expressiva. Mas a reflexão e o silêncio são determinantes no processo de criação literária e mesmo demanda exigências nada simples que as ciências e as tecnologias sugerem, e isto não é nenhum segredo para ninguém: o escritor não deve obviar as grandes comunicações das redes informáticas, que de uma maneira frenética acabam por impor seus códigos.

- Palavra Comum: Qual consideras que é a relação -ou qual deveria ser- entre as diversas artes (literatura, música, artes plásticas, teatro, audiovisual, etc.)? Qual e como é a tua experiência neste sentido?

- Xosé Lois García: É um tema muito complicado e nada ligeiro para opinar otimamente dele. É preciso ir às origens com que Platão definiu o trivium, a primeira essência das três artes maiores, as que se percebem por meio da vista e do ouvido. Ainda que hoje o cânone de Belas Artes regista sete. Mas as três maiores são literatura, música e artes plásticas. As três foram a regra dos grandes mestres do Renascimento e, ainda, do Barroco e do Neoclássico. Portanto, qualquer criador de literatura, música e artes plásticas tem que perceber a interligação entre elas. Pode que a minha experiência seja muito primária para explicar tudo o que se consente no aspecto criativo das artes, em seu espaço mais amplo. Ante estes três âmbitos o escritor não deve ignorar as regras éticas e estéticas do marco que observamos nesta dependência. Cada uma destas artes tem a sua linguagem, que se percebe e conota nas outras. Outras vezes olhamos às três unificadas, como é o caso da ópera. No meu caso trato de assimilar elementos básicos para que a escrita tenha diversas mobilidades noutros campos criativos das sete expressões das Belas Artes.

- Palavra Comum: Como consideras que se combinam -ou deveriam combinar- arte(s) e Vida?

- Xosé Lois García: A vida é arte e nela combina-se um compêndio de elementos que determinam processos organizativos diversos. Ao respeito, dizia Voltaire: “A vida é organização com capacidade de sentir”. Então a faculdade de captar e sentir sensações, não deixa de ser um acto beligerante de criatividade, fruto da implacável combinação de argúcias e subtilezas que o criador utiliza. O universo dos mitos e dos fantasmas sacralizados foram elementos formativos de arte, como elemento fundamental de confortar vidas vacilantes. Convém sair de subjetivismos e ficar noutro enquadramento vital e pragmático, para determinar em que estádio estou e tenho consciência de realidades em que se dimensione a vida e as artes. É admirável quando observamos nas grutas rupestres essas imagens zoomorfas, que não deixam de ser um registo dos animais que abasteciam de alimento a aquela sociedade precária. Neste aspecto vemos como as carências de vida permitem mitificar aqueles quadrúpedes que aportaram alimentação a vidas rudimentares. Por tanto, Vida e Arte (em maiúscula) estão enormemente unidas. Seria insustentável uma sem a outra. Mas também concordo com a afirmação do poeta brasileiro Ferreira Gullar: “A arte existe porque a vida só não basta”.

- Palavra Comum: Que referentes tens no teu trabalho criativo e em geral, num sentido amplo -aquel@s que mais te marcaram-? Que autor@s, individuais ou coletiv@s, reivindicarias por não serem (re)conhecid@s suficientemente?

- Xosé Lois García: São muitos os referentes e as experiências que foram transvasadas aos meus trabalhos. As mais sensíveis são as da minha infância e adolescência. De tal maneira que estão fixadas com as marcas individuais e coletivas. Pode que as que mais me marcaram sejam as de tipo social e existencial. As injustiças cometidas contra as classes sociais mais desfavorecidas que eu vivi no meio rural galego e, mais tarde, como operário na indústria automobilística de Barcelona. Destes dois espaços, do agrícola e do industrial, transbordei muitas experiências que fornecem os meus trabalhos literários. Repara, sob estes recursos vivenciais e conflitos da Galiza agrária dos anos cinquenta, tenho um libro de contos, titulado: Xente de Inverno, publicado em 1995. Também a minha primeira poesia tem um matiz social, que processa parte das relações de trabalho e das lutas sociais dos anos setenta e oitenta do século passado no meio urbano.

Antes de mais, quero salientar um matiz que é o seguinte: eu fui um menino muito precoce na leitura, apenas tinha seis anos e sabia ler, naqueles tempos era um bocado insólito que um miúdo filho de pais muito pobres e analfabetos soubesse ler. Mas na minha aldeia eu não estava sozinho, uma vizinha -muito dada às letras- esforçou-se pela minha aprendizagem na leitura. Aos nove anos eu já tinha lido Cantares Gallegos de Rosalia e uma obra de Vitor Hugo. Aquela iniciação como autodidata, exerceu em mim a conversão num bom leitor. Penso que não há escritor sem ser um óptimo leitor.

Regresso à pregunta. São muitas figuras da literatura as que podia mencionar, mesmo as que impactaram na minha sensibilidade. Verdadeiros mestres da criatividade; exemplos de enormes descobertas estilísticas que foram capazes de modificar o mundo. Há muitos destes criadores que ficam ocultos sob os interesses da insolvência. Mas todos aqueles que estiveram reduzidos no buraco do silêncio e dos agravos, são restituídos nas redes informáticas, por esse sínodo laico de leitores que opinam e liberam do fojo a verdadeiros criadores de literatura que estavam condenados pelos preconceitos dos medíocres e alienados. Estamos num mundo novo da comunicação que nos descobre a verdadeiros literatos marginados por interesses sórdidos. Também vamos assistir, no campo da comunicação, à decapitação de autores que foram colocados num aposento que não lhes pertence. Neste sentido, mais que eu dizer nomes, já há um grande coletivo nas redes a dizer deles.

- Palavra Comum: Que caminhos entendes que seria interessante transitar na literatura e nas artes, em geral, nomeadamente na comunicação com o público e a sociedade, hoje?

- Xosé Lois García: Intento transitar pela literatura não oficial e intransigente, a que não impõe alienação e tédio. Detesto dessa literatura simplista que espalha e justifica as grandes malandrices dos poderes fáticos. De facto, esse tipo de literatura oficiosa e oficializada, quase por decreto, não deixa de ser um luxo para uma sociedade que prioriza a literatura lixo e de brincadeira, como desafogo. Mas os verdadeiros talentos da criação literária e das artes rejeitam e combatem esse mimetismo, não todos. No que se refere à comunicação com a sociedade seria muito importante que o criador de literatura e de outras artes, saísse de seus decorados, de suas túnicas, e abandonasse o seu servilismo oficioso para pisar terra firme, por onde o povo transita. Por onde esse povo não os conhece nem os entende. In situ, entremos nos problemas do povo, nas incertezas dos que sofrem e suportam exploração. Saquemos vivências, provoquemos com a nossa escrita incomodar aos poderosos, aos que minimizam a tragédia. Mas isto não interessa. Ante o interesse geral eles continuam os seus arranjos nos cenáculos, nas capelinhas literárias, nos pedestais da indiferença, etc. Felizmente, o atual cenário das redes de comunicação permite adentrar-nos em questões sociais e de supervivência, e constituem a possibilidade de realizar uma literatura não inibida, e sim preenchida a inovadas descobertas. Tudo isto acontece, de momento…

- Palavra Comum: Que perspectiva tens sobre a língua e a cultura galegas (e os seus vínculos com a Lusofonia e outros espaços culturais)?

- Xosé Lois García: Acho que as perspectivas nesta matéria mais que individuais são coletivas e, também, a ter consciência da problemática atual do que se passa com a língua e a cultura na Galiza. Estamos ante um desafio devastador não só para a língua, também para o que se deixa de falar; pelo que se assume dos poderes neocoloniais representados nos entes autonômicos e não só. Os furtivos não deixam de depredar o idioma e outras essências vitais do povo galego, que são a expressão mais fértil da nossa identidade. A língua é para usar em cada um dos processos das nossas relações, e a cultura para utilizar em qualquer das nossas manifestações. Neste sentido, sou teimoso em que convém burilar nessa pedra dura que precisa de ser esculpida com os traços que legitimem o nosso idioma e a nossa cultura. Estamos ante um tema muito frágil, por falta de combinações e de solidariedades para argumentar e reconstruir a coluna vertical que ampare a nossa casa coletiva.

Quanto à lusofonia, é evidente que a Galiza tem que estender mais vínculos com os países de língua comum, começando pelo espaço mais próximo: Portugal. Há contatos, mas não os suficientes. Embora, houve percorridos muito positivos e outros frustrados por falta de compreensão e, talvez, por falta de delicadeza de como foram tratados. A recomposição da nossa língua passa-se por voltar ao bloco natural, o lusófono. Nesta direção devemos ser radicais, se é que desejamos salvar o idioma, tendo em conta que se trata de procurar a legitimidade original desse bloco no qual devemos sustentar-nos, mais que debruçar-nos inutilmente. O bloco castelhano -ao qual não pertencemos- foi o instrumento necessário para desarticular, de facto, o nosso idioma reduzindo-o a uma desfeita sem paliativos, fruto de métodos colonialistas. Estas considerações levam-nos a bater o pé cara todas as dimensões da lusofonia.

- Palavra Comum: Qual é a tua visão das literaturas da lusofonia a dia de hoje? Que aspectos destacarias especialmente?

- Xosé Lois García: A literatura portuguesa é a portadora desse enorme legado em que se personifica a nossa identidade idiomática comum, que muitos chamam galaico-português, uma definição da que gosto enormemente. Quando os galegos falamos da decadência da literatura galega, durante quatrocentos anos, não somos conscientes de superar esse vazio, retomando como nossos os escritores portugueses do período quinhentista, com Camões à frente. Aí está tudo o ímpeto da tradição galega, dimensionada nas diversas expressões de aqueles escritores do século XVI para adiante. Acaso os galegos não nos reconhecemos na poesia de Diogo Bernardes e da de seu irmão, Frei Agostinho da Cruz? Os dois da cidade minhota de Ponte da Barca e cantores do rio Lima e Minho, que tanto perfume deixaram e que desaproveitou a Galiza. Sobre este tema há mais de quarenta anos que sou teimoso com esta realidade, de voltar ao encontro da literatura portuguesa e cobrir esse longo e mimético espaço histórico de orfandade. Porém, temos a obrigação de não ser rudes ou desdenhosos com tudo aquilo que emancipe a nossa identidade, tão depredada pela colonização do idioma castelhano e por políticas de assimilação vindas da meseta. Temos que voltar a Portugal, por muitas razões, a começar pelo resgate da língua e da literatura.

Quando falamos de lusofonia não só nos devemos referir a Portugal, o espaço geográfico é muito mais vasto pelo número de falantes e pela extraordinária criatividade que oferece a literatura brasileira. O Brasil é hoje outra das referências para os galegos, ao que temos que concorrer pelo seu potencial criativo, tanto na literatura como nas artes. Há que olhar ao Brasil, desde muitos parâmetros da sua criatividade literária que, também, atinge à modernidade da nossa língua comum.

As literaturas da lusofonia, evidentemente, são distintas e, talvez, mal conhecidas. Refiro-me às novas literaturas africanas de expressão portuguesa. Literaturas emergentes que no período de libertação nacional dos cinco países em questão, concretam-se na libertação e reivindicações sociais. Por tanto, estamos a falar duma literatura quase clandestina, que começa na segunda metade do século XIX. E já no século XX, detectamos o corpus literário em cada um dos cinco países. A oferta dessa literatura tem vários engajamentos que permitem observar as diversas frequências formativas do que hoje chamamos poesia nacional angolana, moçambicana, cabo-verdiana, guineana e são-tomense. A independência destas colônias portuguesas permitiu uma literatura inovadora e um debate muito pragmático que desvela os caminhos verdadeiros e, também, utópicos, polos que transitam as literaturas africanas de expressão lusófona. Portanto estamos assistindo a uma normalidade desejada das bem chamadas literaturas nacionais que nos descobrem essa Mãe África, na sua totalidade e em cada um dos espaços nacionais dos cinco. Timor Leste é outro país da lusofonia, de recente estreia da sua independência, onde a literatura é escassa, mas já vemos vestígios surpreendentes pela altura em que está crescendo.

- Palavra Comum: Da tua longa trajectória vital em Catalunya, que destacarias (tanto no aspecto cultural como nos demais âmbitos da sociedade)?

- Xosé Lois García: Há poucos dias que se cumpriu meio século da minha chegada a Barcelona. A minha trajetória vital projetou-se e desenvolveu-se na Catalunha em diversos espaços. São muitos anos de ubicação para não ignorar a realidade da língua, a cultura e as tradições da nação catalã. Seria um irreverente não agradecer a disponibilidade dos catalães para realizar-me, cultural e civicamente. Na Catalunha descobri a essência identitária da Galiza. Tenho consciência de galego pelo que se me inculcou na Catalunha. Mas não sou um integrado, sou um adaptado. Não suporto as renúncias que muitos fazem da sua cultura original. Penso que um integrado não deixa de ser um alienado por própria vontade. Mas não deixa de ser um acto de liberdade individual que eu respeito. Aliás, sinto-me muito cômodo desenvolvendo as minhas atividades culturais nesta Catalunha plural e intercultural.

A minha trajetória na Catalunha é muito variada profissionalmente. Nos meus inícios trabalhei em vários serviços. Depois, durante quinze anos, na empresa automobilística Seat, com trinta e quatro mil operários. Todo um mundo aberto e de obstinadas revelações sociais e reivindicativas. Aqui descobri a verdadeira cultura proletária, o marxismo e as contradições de classe. Trabalhando nesta empresa e fora do horário laboral estudei na Universidade de Barcelona, durante cinco anos. Depois estive de professor e mais tarde director de um arquivo municipal e responsável de patrimônio. Portanto, a minha trajetória vital está condensada neste traço, prioritariamente. Conclusão: a Catalunha ofereceu-me muitas oportunidades que tratei de aproveitar, felizmente. Mas eu sou galego, e penso numa Galiza livre e progressista a conquistar, que ofereça oportunidades a seus cidadãos. Este é o meu desejo e a minha luta.

- Palavra Comum: Fala-nos da comunicação existente entre Galiza e Catalunya, desde o ponto de vista cultural, e daquelas relações ainda não suficientemente visibilizadas e reconhecidas… Que manifestações e autor@s culturais galegas ali existentes merecem um maior reconhecimento aqui?

- Xosé Lois García: Pronto, é verdade que houve tamanhas relações, tradicionalmente, entre a Galiza e a Catalunha. Mesmo desde meados do século XIX, o desenho do regionalismo galego de Alfredo Brañas não deixa de ser um apêndice das Bases Regionalistas de Manresa e a sua ideologia estava muito relacionada com o conservadorismo carlista representado por Joan Mañé i Flaquer. Noutra direção, o Regionalismo progressista de Murguía estava orientado pelo regionalismo federalista republicano de Valentí Almirall, um dos próceres do nacionalismo catalão. A Solidariedade Galega, criada por Manuel Lugrís Freire em 1906, não deixa de ser uma imitação de Solidaritat Catalana, criada no mesmo ano, formato ideológico da Lliga e dos nacionalistas republicanos. Também o líder das Irmandades da Fala, Antón Vilar Ponte esteve muito ligado ao que se estava a passar no contexto das reivindicações da Mancomunidade Catalana, a respeito da língua. Mais tarde, na etapa da “Xeración Nós”, Castelao e Florentino L. Cuevillas mantiveram contato com os nacionalistas da Catalunha. Tudo isto incrementou-se na II República. Estes contatos aconteceram até a atualidade. Por tanto, são relações muito fortes e reconhecidas.

Desculpa, não vou ser eu quem valore ou selecione a umas pessoas em detrimento de outras. Acho que o mérito é de todos os que trabalham duma maneira correta pela Galiza, ainda que seja de diferente forma. Fica muito por esculpir nessa grande obra que é a Galiza, renunciar a ela seria apostar pela fatalidade pessoal. Neste sentido, lembro aquele primeiro desenho de Castelao no seu álbum “Nós”, no que diz: “Non lle poñades tachas â obra namentras non se remata. O que pense que vai mal que traballe n’ela: hai sitio para todos”. Com isto, resta pouco a dizer.

- Palavra Comum: Que projetos tens e quais gostarias chegar a desenvolver?

- Xosé Lois García: Tenho muitos projetos para realizar, mas o excesso doutros trabalhos, no campo da escrita, atrapalha o que desejo fazer. Aspiro a escrever um romance.

Sobre o autor:

Ramiro Torres

(Galiza) Ramiro Torres nasceu na Corunha no 1973 e estudou Graduado Social. Tem publicado poemas na revista 'Poseidónia' e 'Agália', assim como no blogues 'A fábrica' e 'A fábrica da preguiça'. Inaugurou as edições do Grupo Surrealista Galego com o seu livro "Esplendor Arcano".